terça-feira, 20 de setembro de 2011

Asas recolhidas...

Recuso- me a voltar. O tempo vai ficar para trás e
vai guardar o perfume de todas as flores, mesmo o daquelas,
que nunca recebi.
Recuso-me a voltar. Foi tão difícil chegar aqui. A dor da transformação,
tolheu-me os membros, embora o aroma dos sonhos ainda paire pela casa, e na cama vazia. Ainda existe um poema por desvendar no fundo do meus olhos...
Hoje não voei sobre o campo de açucenas. Tenho as mãos vazias de pólen. Enfraquecida enrolo-me no próprio corpo. Uma borboleta também tem o direito de se sentir triste, e colar-se à própria pele...

@Margusta
* Reservados todos os direitos de autor

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Nunca me esqueças...

O presente é o momento onde pouso a nossa recordação, até ao dia em que,  numa aurora silenciosa do tempo, adormecerei para sempre a memória.
  
Nunca saberás dos meus olhos rasos de água, e, que o desencanto de viver é a morte.
Recolhi as pálpebras.  Irei adormecendo lentamente no intervalo das estações, num sono inquieto e puro, onde deslizaram borboletas inocentes.  Seguir-lhes-ei o esvoaçar, para que me mostrem o caminho, longe do sonho escrito.
Mas, sempre que amanhecer, acenderei a tua voz, em sílabas ordenadas.   O destino das palavras, é espalhar a sede do mel.   Sempre te ofereci o horizonte nos braços , e o absinto nos lábios.
A incógnita deixa um rastro de fumo cinzento,  nenhum limite antes do fim.

Deixei de saber ler o tempo, e, os relógios pararam.
Voam pombas brancas!
Nunca me esqueças...

@Margusta
01/09/2011

*Reservados todos os direitos de autor