sexta-feira, 24 de julho de 2015

Apaguei as caravelas dos olhos...




Espelhada nas pupilas a eternidade
foi dor de uma lágrima que correu veloz
agora alago-me de paz na serenidade
que me leva a caminho da foz.

Nascem-me na íris, os arcos em séries,
explosão colorida na ternura dos sonhos,
pois já não temo as intempéries
apaguei as caravelas dos olhos.

Na garganta o choro que já não dói
abafado nos lábios foi ultimo suspiro
junto à fronteira da desilusão.

E a tristeza ácida já não me corroí
afogou-se nas águas agitadas de um rio
pelos passos vermelhos da própria paixão.

© Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Saudade...



Molda-se a saudade nos fins de tarde,
em contornos de arestas feridas,
e retarda-se...
Sinto-a no pulsar dos segundos,
como se eclodissem dentro das minhas veias,
todas as horas vazias em busca de nós.
Nostálgico sentir!

Peço os teus braços,
mergulho neles,
selo entre o teu corpo e o meu,
a luz de todos os crepúsculos,
até ao nascer do dia,
em que o brilho dos teus olhos,
me ilumine o caminho do sonho.

©Margusta Loureiro
in ( Conto de Poetas- ParteII)
Antologia de vários Autores
Edição de " Nós Poetas Editamos"

*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Ausência...


Não estás. Finjo que parti para longe,

e que aguardas o meu regresso.
Mas na placidez da tarde a saudade
entra-me pelos olhos, em estrondos de luz,
devolvendo-me a silhueta da tua ausência.
Afinal eu estou aqui, e na estação em que te vi partir,
os carris ainda marcam a distância,
num paralelismo cheio de melancolia.

Cheira a terra quente,
e nenhuma água sacia a minha sede...

©Margusta Loureiro

in " Conto de Poetas - Parte II "  (vários autores)
 Edição de  "Nós Poetas Editamos "
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Silêncio, que a minha alma chora...


Silêncio, que a minha alma chora,

leva-me de volta a casa,
tenho o coração partido,
ele era a minha única morada.

Silêncio, o céu perdeu o azul.
colei os olhos numa nuvem branca,
que foi levada pelo vento,
lá longe, escuto-lhe o soluçar.

Silêncio, que a minha alma chora,
leva-me de volta a casa ,
o meu coração está partido...

Tenho o olhar cego de memórias,
e as ruas estão vazias,
restaura o meu coração,
ele era a minha única morada...

Silêncio, as palavras perderam a boca,
estou perdida, estou sozinha,
um vento fugitivo abraça-me,
leva-me de volta a casa...

Silêncio, além do silêncio cheira a frio,
e uma pomba branca voa,
estou perdida, estou sozinha
leva-me de volta a casa...

A minha alma chora... silêncio...
tenho o coração partido,
ele era a minha única morada...

©Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.


Publicado em Artes&Letras de Margusta Loureiro

O som do silêncio...




O silêncio chegou disperso no caos,
quis desenhar-lhe o som,
mas as mãos emudecidas,
recolheram-me os gestos...

©Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem