sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Deixas em mim tanto de ti




A noite não tem braços
Que te impeçam de partir,
Nas sombras do meu quarto
Há mil sonhos por cumprir.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

A estrada ainda é longa,
Cem quilómetros de chão,
Quando a espera não tem fim,
Há distâncias sem perdão.

Não sei quanto tempo fomos,
Nem sei se te trago em mim,
Sei do vento onde te invento, assim.
Não sei se é luz da manhã,
Nem sei o que resta em nós,
Sei das ruas que corremos sós,
Porque tu,

Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

Navegas escondida,
Perdes nas mãos o meu corpo,
Beijas-me um sopro de vida,
Como um barco abraça o porto.

Porque tu,
Deixas em mim
Tanto de ti,
Matam-me os dias,
As mãos vazias de ti.

Pedro Abrunhosa







Adormeço
cada vez mais  longe
para não sonhar.


E,
acordo mais longe ainda,
para não me achar...

 Num abraço tardio,
 eu sei,
que as cinzas do tempo,
 irão me  levar...


@Margusta




* Reservados todos os direitos de autor

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

SERENIDADES



Silêncios

Encontramos a praia deserta.Com os olhares fugidios,
ensaiamos alguma conversa de mistérios abertos
na seriedade do momento musicado pelas ondas do mar
e pelos gritos das gaivotas tristes, mas brancas.
O silêncio está sempre ocupado,
mesmo quando não há palavras;
portanto, as reticências podem prolongar-se em suspiro longo,
os pontos finais deitar-se ao abandono do ar fresco.
A manhã parece cheia de vazios repletos de sensações
e as palavras vão ganhando agilidade, ritmo, alguma emoção,
enquanto os silêncios de mar, calam brisas ainda húmidas.
As gaivotas alinham-se agora, sentadas na areia molhada,
enquanto batem os corações que as olham, descompassados.
Sentimos o ar tão quente, que queremos ter asas também,
voar contra o vento de penas leves em desalinho.
Enterramos longe as pesadas penas de ontem.
Ainda há pouco o tempo parou em todos os relógios.
E nós deixamos.

Isabel Solano




"SERENIDADES" é o livro resultante do Concurso de Poesia " Ora, Vejamos...2009", no qual participei e obtive uma Menção Honrosa, com o poema " Sem (a)manhã..."  ( O 4º poema mais votado),  e que já publiquei aqui no post do dia  27 de Setembro de 2009  http://momentossentidos3.blogspot.com/2009/09/mencao-honrosa-ora-vejamos-concurso-de.html
 Pessoalmente acho que este livro tem uma da capa muito bonita ( adoro a foto), e o título do livro é  muito adequado e sugestivo para um livro de Poesia.
Quem quiser adiquirir o livro pode fazê-lo aqui
http://www.lulu.com/content/paperback-book/serenidades/7739394

Parabéns ao Henrique Sousa  por estas fantásticas iniciativas , aos  membros do Júri, assim como a todos os participantes, e envolvidos na feitura do livro.

A vencedora do concurso, foi   Isabel Solano com o poema acima,  arrebatou também o 3º prémio e é ainda a  autora da foto da capa do livro. Parabéns Isabel Solano!


terça-feira, 13 de outubro de 2009

(E)Terno (A)Mar





(E)Terno (A)Mar  está concluído  desde o inicio de Setembro, e já tem editoras interessadas na sua publicação. Aguardo só a resolução de alguns problemas de ordem pessoal para se poder proceder á sua edição.
Entretanto deixo-vos com o prefácio do escritor Paz Kardo (Ricardo Teixeira). Espero que gostem, tanto como eu gostei.
Muito Obrigada Ricardo!



PREFÁCIO DE PAZ KARDO

Nesta obra de Margusta estamos perante um bloco de emoções de uma mulher amante… Amante da vida e das coisas boas da vida, amante do mar e das gaivotas a pairar, amante dos momentos e das palavras que descrevem os momentos, amante de um corpo e de um homem que vive nesse corpo. Estamos perante uma viagem ao interior de alguém que vive do amor, pelo amor, com amor. Neste (e)terno (a)mar, torna-se difícil distinguir o que é real e o que é sonho e o que são os desejos de uma mulher que consegue fazer prevalecer várias realidades na teia do tempo e do espaço que a envolve, porque todos coabitam entre si, entre silêncios, palavras e caminhos mais e menos tormentosos. É um terno mar que nos acolhe, um eterno amar que nos envolve, uma busca incessante de um caminho pela mão do ser amado perdido e sem rumo, que mesmo que não leve a lado nenhum, levará certamente ao destino desejado. Desta obra de Margusta resulta uma bela história de amor, tão perfeita como as antigas e completas histórias de amor, numa viagem que vai do sonho ao desejo, do desejo à loucura, da loucura ao caos, do caos à esperança e da esperança ao renascer dos sonhos e dos desejos, que chegam com as promessas de Outono, numa carta de amor tão ridícula e tão poderosa como as cartas de amor de Pessoa, mas mais ridículo teria sido Bernardo nunca ter escrito essa carta de amor. Uma obra a ler, a reler, e sobretudo a sentir…

de Paz Kardo, Setembro2009

Ainda sobre a Exposição em Miami


Medalha e  Diploma da Menção Honrosa.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

(E) Ternos Laços


Apareces nas minhas pupilas. Emudeço de assombro, e uma lágrima humedece-me a visão ao ver-te assim sepultado em vida.
Pareces carregar o mundo nas costas. No rosto tatuado o desânimo dos vencidos, luz que se perdeu em traços de escuridão. O roupão grosso que vestes, impróprio para a época não te aquece a alma e o coração. Desfaz-te dele! E, deixa que o pijama azul descanse sobre a cama. Veste os teus jeans a camisa e leva um casaco, pode ser o vermelho, fica-te bem. Sai para a rua!
A solidão será mais suportável, mesmo que caminhes sózinho no meio da multidão. Sei da alma que te habita…não fosse ela a outra parte…
Foge da espuma do nada e retorna ao mar da vida, não importa em que ondas ou marés…desde que aparelhes a jangada dos sonhos e te deixes navegar, ainda que sem leme, sem rumo…ainda que naufragues.
Digo-te é urgente que acendas com letras de fogo as páginas da tua existência nas planícies das palavras, onde todas as metáforas se incendeiam pela língua do teu pensamento e desejo.
Digo-te mais ainda, fazes parte dos mistérios do mundo e dos criadores de sonhos no movimento eterno do Universo. Não podes quebrar as asas que te ligam ao infinito!
És a  harmonia na estrutura do Cosmos que te acolheu em Poesia.
Muitas vezes nos questionamos sobre os fortes laços que sentimos, que eram inatingíveis á nossa compreensão, mas ambos sabíamos no fundo que já vinham desde o tempo em que o sol e a lua se debruçaram pela primeira vez sobre a terra, em rituais de luz e sombra.
Dentro da distância, o tempo diz-me que sempre beberemos do mesmo cálice, em vidas que se cruzarão pela eternidade.
E no recolher dos destroços, reúno todas as forças e dou-te a minha mão…Continua a Caminhada!...

Eu venho do fundo do mar, sei ser noite e sei ser dia mesmo no meio do caos,  porque Deus me fez MULHER!!!

Maria Augusta Loureiro ( Margusta)
09/10/2009

* Reservados todos os direitos de autor*

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Menção Honrosa em Miami e Exposição Colectiva em Vouzela




"Mergulho Azul" a pintura com que ilustrei o poema "Sonho Azul" do Poeta Albino Santos( já aqui publicado), foi a obra que levei á Exposição Internacional em Miami USA organizada pela "Galeria Artexpression" o mês passado, onde obteve mais uma Menção Honrosa.
Aguardo a medalha e diploma de participação para poder aqui mostrar mais tarde.
Esta obra foi a que escolhi para publicar no livro " Mitos da Arte" da Chiado Editora, e que ganhou o 3ºPrémio Grau Prata na exposição TRIPART '09- Museu Etnográfico Praia de Mira ( já aqui publicado).






Algumas fotos da Exposição em Miami retiradas do site da "Galeria Artexpression"









CONVITE





* Clicar em cima do convite para ver melhor*



Exposição a decorrer de 3 a 15 de Outubro no Museu de Vouzela. A inauguração será feita no dia 3 ás 16 horas onde será servido um Porto de Honra. Conta com a participação de 24 artistas, num total de 32 obras.
O meu Muito Obrigada ao Kim Molinero por ter usado no convite como imagem de fundo a minha tela " Ciclo da Vida" com que participo nesta exposição.