Volto
Richard nas palavras à tanto tempo prometidas, volto ainda das
viagens em que te acompanhei na distância, e nas melodias que o silêncio
dos dias engoliu.
Mas volto acima de tudo, no brilho profundo dos teus olhos e nos fios de luz que os habitam, porque neles a vida faz-se ternura quando o sol escala os dias.
Porque estradas viajamos Richard?
Quantas lágrimas de solidão se têm afundado na lama dos caminhos?
Que é feito da promessa das palavras?
Quantas guardamos e acabamos por perder...
Pudesse eu desfragmentar o tempo, transpor o negro das paredes de xisto que nos separaram das estações, encurralar a alma no coração e fazer-te renascer na minha boca adormecida.
Pudesse eu roubar-te à vida que me roubas.
No labirinto do ser persistem marcas de pegadas por entre ruínas e espectros.
Queria arrepiar os pensamentos, sem drama ou dor, e restaurar as imagens. Respirar nos teus pulmões, adormecer no teu peito, e pedir à eternidade para se escrever nesse momento.
Volto sempre Richard no instante em que parto e sempre que a escuridão me resgata à luz de cada entardecer.
E ganho tudo, e perco tudo.
Fica-me apenas a poeira dos sonhos repetidos, a pairar dentro das memórias...
© Margusta Loureiro
in "Cartas para Richard..."
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
(livro a editar)
Mas volto acima de tudo, no brilho profundo dos teus olhos e nos fios de luz que os habitam, porque neles a vida faz-se ternura quando o sol escala os dias.
Porque estradas viajamos Richard?
Quantas lágrimas de solidão se têm afundado na lama dos caminhos?
Que é feito da promessa das palavras?
Quantas guardamos e acabamos por perder...
Pudesse eu desfragmentar o tempo, transpor o negro das paredes de xisto que nos separaram das estações, encurralar a alma no coração e fazer-te renascer na minha boca adormecida.
Pudesse eu roubar-te à vida que me roubas.
No labirinto do ser persistem marcas de pegadas por entre ruínas e espectros.
Queria arrepiar os pensamentos, sem drama ou dor, e restaurar as imagens. Respirar nos teus pulmões, adormecer no teu peito, e pedir à eternidade para se escrever nesse momento.
Volto sempre Richard no instante em que parto e sempre que a escuridão me resgata à luz de cada entardecer.
E ganho tudo, e perco tudo.
Fica-me apenas a poeira dos sonhos repetidos, a pairar dentro das memórias...
© Margusta Loureiro
in "Cartas para Richard..."
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
(livro a editar)
2 comentários:
Carta como forma de intimidade... Gosto do género.
Beijo.
Um texto brilhante.
Acho que vou ler mais cartas para Richard.
Margusta, tenha uma boa semana.
Saudações poéticas.
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