Momentos Sentidos III
domingo, 19 de novembro de 2023
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
O tempo nunca volta...
O arco do violino deslizava sobre as cordas num timbre agudo chorando ausências.
Ela escutava-o naquele solitário banco de jardim, sempre que o ocaso gravava a letras douradas o fim de mais um dia.
Tal como quando Joshua Bell tocou numa estação de metro em Washington durante 45 minutos,
sem que quase ninguém se apercebesse da sua presença, também ninguém se apercebia dessas melodias que apenas ela escutava vindas de um violino vermelho, que trazia fechado no coração.
Segurava entre os dedos os acordes de cada momento com uma infinitude tão profunda, que toda a estrutura do seu universo era abalada pelas emoções.
Com elas tecia as memorias de um tempo que temia não voltar mais. O tempo nunca volta.
Ah se ela pudesse suspender as palavras nunca ditas nos olhos, os pássaros beberiam deles como quem bebe da íris de um poema.
Existia um jardim seco à sua volta à espera de florir, para que as borboletas pudessem ganhar asas e o sonho pudesse acontecer...
Existia um banco de jardim vazio dentro dela, um banco feito de madeiras vermelhas, e existiam notas soltas de uma saudade louca, que lhe faziam vibrar partituras na veias, num choro baixinho que apenas ela escutava...
©Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
Ela escutava-o naquele solitário banco de jardim, sempre que o ocaso gravava a letras douradas o fim de mais um dia.
Tal como quando Joshua Bell tocou numa estação de metro em Washington durante 45 minutos,
sem que quase ninguém se apercebesse da sua presença, também ninguém se apercebia dessas melodias que apenas ela escutava vindas de um violino vermelho, que trazia fechado no coração.
Segurava entre os dedos os acordes de cada momento com uma infinitude tão profunda, que toda a estrutura do seu universo era abalada pelas emoções.
Com elas tecia as memorias de um tempo que temia não voltar mais. O tempo nunca volta.
Ah se ela pudesse suspender as palavras nunca ditas nos olhos, os pássaros beberiam deles como quem bebe da íris de um poema.
Existia um jardim seco à sua volta à espera de florir, para que as borboletas pudessem ganhar asas e o sonho pudesse acontecer...
Existia um banco de jardim vazio dentro dela, um banco feito de madeiras vermelhas, e existiam notas soltas de uma saudade louca, que lhe faziam vibrar partituras na veias, num choro baixinho que apenas ela escutava...
©Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Estou tão longe...
Já não te encontro nas minhas insónias.
Estou tão longe...
E no lado avesso do coração.
apenas o gesto grotesco da tua partida persiste. Todos os dias!
Todos os dias imperdoável . Até que o seja...
Perdão...
Estou tão longe...
Adeus !
©Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
Estou tão longe...
E no lado avesso do coração.
apenas o gesto grotesco da tua partida persiste. Todos os dias!
Todos os dias imperdoável . Até que o seja...
Perdão...
Estou tão longe...
Adeus !
©Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Apaguei as Caravelas dos Olhos...
Espelhada nas pupilas a eternidade
foi dor de uma lágrima que correu veloz
agora alago-me de paz na serenidade
que me leva a caminho da foz.
Nascem-me na íris, os arcos em séries,
explosão colorida na ternura dos sonhos,
pois já não temo as intempéries
apaguei as caravelas dos olhos.
Na garganta o choro que já não dói
abafado nos lábios foi ultimo suspiro
junto à fronteira da desilusão.
E a tristeza ácida já não me corroí
afogou-se nas águas agitadas de um rio
pelos passos vermelhos da própria paixão.
© Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor.
foi dor de uma lágrima que correu veloz
agora alago-me de paz na serenidade
que me leva a caminho da foz.
Nascem-me na íris, os arcos em séries,
explosão colorida na ternura dos sonhos,
pois já não temo as intempéries
apaguei as caravelas dos olhos.
Na garganta o choro que já não dói
abafado nos lábios foi ultimo suspiro
junto à fronteira da desilusão.
E a tristeza ácida já não me corroí
afogou-se nas águas agitadas de um rio
pelos passos vermelhos da própria paixão.
© Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Cartas para Richard...
Volto
Richard nas palavras à tanto tempo prometidas, volto ainda das
viagens em que te acompanhei na distância, e nas melodias que o silêncio
dos dias engoliu.
Mas volto acima de tudo, no brilho profundo dos teus olhos e nos fios de luz que os habitam, porque neles a vida faz-se ternura quando o sol escala os dias.
Porque estradas viajamos Richard?
Quantas lágrimas de solidão se têm afundado na lama dos caminhos?
Que é feito da promessa das palavras?
Quantas guardamos e acabamos por perder...
Pudesse eu desfragmentar o tempo, transpor o negro das paredes de xisto que nos separaram das estações, encurralar a alma no coração e fazer-te renascer na minha boca adormecida.
Pudesse eu roubar-te à vida que me roubas.
No labirinto do ser persistem marcas de pegadas por entre ruínas e espectros.
Queria arrepiar os pensamentos, sem drama ou dor, e restaurar as imagens. Respirar nos teus pulmões, adormecer no teu peito, e pedir à eternidade para se escrever nesse momento.
Volto sempre Richard no instante em que parto e sempre que a escuridão me resgata à luz de cada entardecer.
E ganho tudo, e perco tudo.
Fica-me apenas a poeira dos sonhos repetidos, a pairar dentro das memórias...
© Margusta Loureiro
in "Cartas para Richard..."
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
(livro a editar)
Mas volto acima de tudo, no brilho profundo dos teus olhos e nos fios de luz que os habitam, porque neles a vida faz-se ternura quando o sol escala os dias.
Porque estradas viajamos Richard?
Quantas lágrimas de solidão se têm afundado na lama dos caminhos?
Que é feito da promessa das palavras?
Quantas guardamos e acabamos por perder...
Pudesse eu desfragmentar o tempo, transpor o negro das paredes de xisto que nos separaram das estações, encurralar a alma no coração e fazer-te renascer na minha boca adormecida.
Pudesse eu roubar-te à vida que me roubas.
No labirinto do ser persistem marcas de pegadas por entre ruínas e espectros.
Queria arrepiar os pensamentos, sem drama ou dor, e restaurar as imagens. Respirar nos teus pulmões, adormecer no teu peito, e pedir à eternidade para se escrever nesse momento.
Volto sempre Richard no instante em que parto e sempre que a escuridão me resgata à luz de cada entardecer.
E ganho tudo, e perco tudo.
Fica-me apenas a poeira dos sonhos repetidos, a pairar dentro das memórias...
© Margusta Loureiro
in "Cartas para Richard..."
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
(livro a editar)
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Cartas para Richard...
Escuta
Richard o silêncio da minha alma neste pequeno regato que sou de
águas tranquilas a serpentear por entre vales e montanhas até me juntar
ao Reno. Debruça-te na Mittlere Bruecke e fecha os olhos. Escuta-me.
Consegues Richard, escutar o meu silêncio por entre o barulho das águas?
Liquefeita a minha essência cruza a ponte sob os teus pés, para que me
sintas mais perto.
Dei tantas voltas para chegar até aqui. Nasço sempre no tempo errado Richard. Nunca o tempo encaixou nos meus anseios. Vou e volto, e volto a nascer por engano. Ou cedo demais, ou tarde demais. Chove Richard. Chove na imensidão de tudo. A água torna-se cada vez mais ácida e eu vou ganhando raízes nas margens, e a minha solidão expande-se ao longo de todo o Reno, e no prolongamento das minhas mãos, tão cheias de caricias, de beijos e de promessas, nesta sede de amar tudo de uma só vez.
Agora que dividi o meu silêncio em dois, entre nós dois, regressa ao teu quarto de hotel Richard. Estás molhado. Assim como toda a Basileia, onde a noite já desceu de mansinho. Vai. Os relógios nunca param!... Fica sempre tanta coisa por dizer, e tanta coisa por fazer. Vai. Até deixares de me escutar nas águas. Permanecerei aqui até se esgotar o som dos teus passos e se apagar a luz da tua sombra...
©Margusta Loureiro
in( Cartas para Richard...)
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
(livro a editar)
Dei tantas voltas para chegar até aqui. Nasço sempre no tempo errado Richard. Nunca o tempo encaixou nos meus anseios. Vou e volto, e volto a nascer por engano. Ou cedo demais, ou tarde demais. Chove Richard. Chove na imensidão de tudo. A água torna-se cada vez mais ácida e eu vou ganhando raízes nas margens, e a minha solidão expande-se ao longo de todo o Reno, e no prolongamento das minhas mãos, tão cheias de caricias, de beijos e de promessas, nesta sede de amar tudo de uma só vez.
Agora que dividi o meu silêncio em dois, entre nós dois, regressa ao teu quarto de hotel Richard. Estás molhado. Assim como toda a Basileia, onde a noite já desceu de mansinho. Vai. Os relógios nunca param!... Fica sempre tanta coisa por dizer, e tanta coisa por fazer. Vai. Até deixares de me escutar nas águas. Permanecerei aqui até se esgotar o som dos teus passos e se apagar a luz da tua sombra...
©Margusta Loureiro
in( Cartas para Richard...)
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
(livro a editar)
terça-feira, 25 de agosto de 2015
Que o sono nos salve amor...
Que o sono me salve amor,
que o sonho me leve,
a sobrevoar o teu corpo,
infinito nos meus olhos,
cometa da minha pele.
Voas?... Voo!...
Não te abrigues da luz amor,
o sol rasga a manhã,
e por entre o roseiral,
as asas das borboletas,
são beijos em vendaval.
Voo!... Voas?...
Que o sono nos salve amor,
que o sonho nos leve...
©Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
que o sonho me leve,
a sobrevoar o teu corpo,
infinito nos meus olhos,
cometa da minha pele.
Voas?... Voo!...
Não te abrigues da luz amor,
o sol rasga a manhã,
e por entre o roseiral,
as asas das borboletas,
são beijos em vendaval.
Voo!... Voas?...
Que o sono nos salve amor,
que o sonho nos leve...
©Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Devolve-me o meu nome...
Clandestino o destino,
destinou-me a esse lugar, onde as flores não têm nome,
nas mãos das palavras ocultas, a tactear lágrimas no silêncio
de tanto lamber recordações.
destinou-me a esse lugar, onde as flores não têm nome,
nas mãos das palavras ocultas, a tactear lágrimas no silêncio
de tanto lamber recordações.
Que a dor apodreça no secreto mistério da eternidade.
Que se semeiem estrelas no areal para que o tempo não morra,
a cada segundo de ausência.
Que se sacie a sede, na água salgada e na mansidão das marés..
Que o sol e a lua entrelacem os seus fios de luz
na teia dos meus sentidos,
e no cheiro a vinho maduro, do mosto do meu corpo efervescente,
nesta paixão pela vida!
Porque eu quero a ver o baloiçar das ondas,
do alto do abismo dos teus olhos,
e resgatar o meu nome...
Que se semeiem estrelas no areal para que o tempo não morra,
a cada segundo de ausência.
Que se sacie a sede, na água salgada e na mansidão das marés..
Que o sol e a lua entrelacem os seus fios de luz
na teia dos meus sentidos,
e no cheiro a vinho maduro, do mosto do meu corpo efervescente,
nesta paixão pela vida!
Porque eu quero a ver o baloiçar das ondas,
do alto do abismo dos teus olhos,
e resgatar o meu nome...
©Margusta Loureiro.
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
Siga-me aqui Artes&Letras de Margusta Loureiro
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sexta-feira, 24 de julho de 2015
Apaguei as caravelas dos olhos...
Espelhada nas pupilas a eternidade
foi dor de uma lágrima que correu veloz
agora alago-me de paz na serenidade
que me leva a caminho da foz.
Nascem-me na íris, os arcos em séries,
explosão colorida na ternura dos sonhos,
pois já não temo as intempéries
apaguei as caravelas dos olhos.
Na garganta o choro que já não dói
abafado nos lábios foi ultimo suspiro
junto à fronteira da desilusão.
E a tristeza ácida já não me corroí
afogou-se nas águas agitadas de um rio
pelos passos vermelhos da própria paixão.
© Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
foi dor de uma lágrima que correu veloz
agora alago-me de paz na serenidade
que me leva a caminho da foz.
Nascem-me na íris, os arcos em séries,
explosão colorida na ternura dos sonhos,
pois já não temo as intempéries
apaguei as caravelas dos olhos.
Na garganta o choro que já não dói
abafado nos lábios foi ultimo suspiro
junto à fronteira da desilusão.
E a tristeza ácida já não me corroí
afogou-se nas águas agitadas de um rio
pelos passos vermelhos da própria paixão.
© Margusta Loureiro
*reservados todos os direitos de autor de texto e imagem.
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Saudade...
Molda-se a saudade nos fins de tarde,
em contornos de arestas feridas,
e retarda-se...
Sinto-a no pulsar dos segundos,
como se eclodissem dentro das minhas veias,
todas as horas vazias em busca de nós.
Nostálgico sentir!
Peço os teus braços,
mergulho neles,
selo entre o teu corpo e o meu,
a luz de todos os crepúsculos,
até ao nascer do dia,
em que o brilho dos teus olhos,
me ilumine o caminho do sonho.
©Margusta Loureiro
in ( Conto de Poetas- ParteII)
Antologia de vários Autores
Edição de " Nós Poetas Editamos"
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